30.8.04

Teia da Magia

As linhas da realidade que formam a frágil teia da existência estão sujeitas a influências externas. Também somos constituídos por essas linhas e como extensão delas somos capazes de alterá-las. Compreender esse fato permitiu o surgimento da Magia. Mas apesar de ser uma idéia simples, sua realização pode ser custosa, pois as ondulações da teia também afetam aquele que a faz ondular.
Os primeiros magos descobriram isso da pior maneira, quando os efeitos colaterais manifestaram-se de forma terrível. Para controlar esses efeitos, começou a busca pelo entendimento das forças místicas, o grande desafio tornou-se descobrir como tornar mais maleável a realidade ao mesmo tempo em que se enrijecia a própria existência do mago, permitindo que esse resistisse com maior facilidade aos reflexos de sua magia.
Fórmulas místicas foram compostas, magias escritas e gravadas na memória, caminhos e técnicas que facilitavam a ativação de efeitos pré-definidos, manifestações de possibilidades que se adaptavam a existência. Escolas surgiram, livros foram editados e regras e normas adotadas. Aos poucos o verdadeiro poder se perdeu numa nova rede, a rede burocrática. Mas esquecer a origem da magia não diminuía o poder dos grandes magos, apenas dificultava a manifestação de novos usuários da magia.
Mas a Magia não estava presa. Ela se manifesta constantemente, mesmo em não-magos. As fórmulas não precisam ser abandonadas, mas a verdadeira força da magia precisa ser reconhecida. Hoje em dia ela é temida, os mestres dificultam o acesso aos alunos e os não usuários temem os usuários. O conhecimento sobre a força que move o mundo, sobre as linhas que tecem a existência tornou-se o maior dos segredos da Magia. Se esse segredo será revelado, não é certo, mas existem alguns que se aproximam da verdade, quando usam apenas de sua força de vontade para realizar o impossível. Nao é possível conter a Magia, muito menos, a verdade...